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Qual o papel dos modelos no mundo da moda hoje?

Foto do escritor: Revista AtemporalRevista Atemporal

Fonte: Pexels
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Que o mundo está passando por constantes transformações já sabemos, inclusive, muitas dessas mudanças já fazem parte do nosso dia-a-dia. Essas mudanças têm trazido mais comodidade a todos, pois estão carregadas de inovações tecnológicas capazes de facilitar e muito a nossas vidas.

Essa mesma tecnologia tem nos proporcionado criar um ambiente mais sustentável e pensar mais a respeito da nossa relação com o mundo que nos cerca. Com isso, paramos para pensar sobre nossa relação com o consumo e com a moda, muitas das vezes nos questionando se de fato precisamos de determinado produto.

É normal as pessoas se fascinarem pelo mundo da moda sem conhecer o que ocorre nos bastidores, pois, isso nem sempre interessa a quem está vislumbrado em um mundo que não passa de imaginário. Sabemos que muito tem se feito para transformar a moda e a forma como ela se relaciona com as pessoas, mas notícias como as que surgiram em maio desse ano de 2019, a respeito da morte do modelo Tales Cotta nos deixa uma grande lacuna em aberto a respeito do papel do modelo no mundo fashion.

Não é da atualidade que modelos são usados pela grande indústria têxtil com o objetivo de vender suas coleções, não o bastante temos das mais diversas temporadas ao longo do ano, não apenas as datadas e já conhecidas, primavera/verão e outono/inverno. Contudo, o questionamento que devemos fazer é se de fato vale tudo em nome do lucro, se vale a pena passar por cima de uma pessoa para conseguir atenção da outra, ao que nos indica até parece que sim, visto que mesmo em meio a confusão a marca para o qual o modelo desfilava resolveu seguir com o desfile entre o barulho da musica e a sirene que o levava ao hospital, podemos dizer que foi legal (dentro da lei), mas será que foi moral?


Gabrielle Chanel

Mortes acontecem a muito tempo dentro do mundo da moda, resultado de um padrão de beleza imposto por essa indústria que parece que abre mão de uma vida mas não de um gordo faturamento, mas quando olhamos para a história da moda vemos que ela sempre foi um ato revolucionário e serviu para a quebra de padrões que a sociedade determinava e então temos o grande exemplo de Gabrielle Chanel, que reinventou a moda feminina e pôs calças em mulheres que até então usavam apenas vestidos longos e com armação o que de fato dificultava a locomoção.

Hoje, quando observo os desfiles de moda vejo mais os modelos como forma de expressão do que um mero cabide circular de um produto que em alguns meses estarão nas prateleiras de lojas para venda. E será mesmo que o modelo não deveria ser um elo interessante entre a moda e o consumidor? Por que não dar voz a quem desfila a roupa ao invés de indiretamente tratar os mesmos como meros escravos da benevolência alheia?

Quando olhamos para traz, vemos que de fato o mundo mudou e evoluiu muito em sua tecnologia, mas observamos também que a moda tem ficado para trás em seu tato humano, na sua história com a sociedade, principalmente quando vemos que mortes ainda ocorrem no ano de 2019 mesmo com tantos avanços. É lamentável ver uma indústria tão fantástica, incrível e cheia de criatividade não tentar mover engrenagens maiores em busca da transformação do padrão de beleza, onde cada um tem a sua e cada qual deve ser valorizada.


Fonte: Pexels
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O papel do modelo hoje no mundo da moda é dar voz a essas causas que parecem banais mas acabam sendo reais, é de fato lutar pela própria sobrevivência e mostrar as pessoas que independente do seu biotipo elas podem sim estar bem vestidas e elegantes, que elas podem sim ser fashion e que elas podem sim se olhar no espelho e sentir orgulho das curvas que tem ou das que lhe faltam.

Hoje, mais do que nunca, é preciso entender que a moda enquanto social, precisa andar para frente e observar essas mudanças na sociedade como um todo, até porque isso que irá definir o sucesso ou não de um negócio no futuro. A manutenção de marcas consagradas exige uma reanálise da própria postura e um reposicionamento frente as novas formas de relacionamento entre marca e consumidor, afinal, a linha que mantem um cliente fiel a empresa está cada vez mais tênue e fraca.

 
 
 

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