O primeiro ponto a entender é que o acordo prevê o livre comércio de diversas mercadorias entre os dois blocos, na prática, as taxas de importação deixam de existir. Estima-se que em até 10 anos, em torno de 90% dos produtos brasileiros entre nos países do bloco europeu sem tarifas de importação, o que beneficia nossas exportações para o continente. Hoje, apenas 24% das nossas mercadorias enviadas à Europa tem alíquota zero.
O bloco é o segundo maior mercado para o Brasil, perdendo apenas para a China e segundo o governo federal, em até 15 anos, o tratado permitirá que a exportações para o bloco aumentem em US$ 100 bilhões. Ainda, conforme o Ministério da Economia, o acordo representará um incremento de até US$ 125 bilhões em 15 anos no PIB e permitirá entrada de US$ 113 bilhões em investimentos no mesmo período.
Produtos agrícolas como o suco de laranja, frutas, café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais, com o acordo, terão as tarifas eliminadas ao serem vendidos para a Europa, em contrapartida, produtos como veículos, maquinários, químicos e farmacêuticos, também terá alíquota zero para serem exportados ao Mercosul pela União Europeia.
Isso na prática quer dizer que, com o fim da taxação de maquinários e veículos, esse segundo podendo levar até 15 anos para acontecer, facilita o aumento do investimento por parte das empresas, pois hoje, o maior empecilho para investimentos é a alíquota de importação de maquinários que são importantes para o desenvolvimento das indústrias e posteriormente a maior competitividade das empresas. Além disso, o consumidor também sentirá essa redução, visto que esse valor não será repassado ao final de todo o processo, assim, beneficiando toda a cadeia econômica, além é claro, de trabalhar em prol da geração de empregos futuro.
Contudo, para esse acordo ter os devidos efeitos, ainda é preciso que o mesmo passe pelo Parlamento da União Europeia e o Congresso dos quatro países que compõe o Mercosul para que o texto seja aprovado. Ainda, existem pontos que só terão validade quando o Parlamento dos 28 países que fazem parte da União Europeia der seu aval.
O acordo, como dito anteriormente facilitará a entrada de produtos europeus no país, mas também vai alavancar as exportações brasileiras. Contudo, o prazo para os produtos entrarem no Brasil com alíquota zero, poderá ser de até 15 anos, como o automotivo já citado. O setor de vinho também terá um prazo mais elástico, chegando até 12 anos para as tarifas de entrada no país serem zeradas.
É importante ressaltar que juntos o Mercosul e a União Europeia representam em torno de 25% do PIB mundial e quando o acordo passar a valer, será a maior área de livre-comércio do mundo.
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